(poesia que se tornou meu primeiro roteiro de cinema)
A madrugada me consume como um trago num cigarro na hora do desespero; já não sei o que é o sono, estou envolto aos meus medos, tudo está inquieto, propositalmente frio, gélido e silencioso, menos no caos vivo dentro de mim lutando bravamente para liberta-se, as cores estão apagadas, apenas o azul do monitor em minha face esbranquiçada e atormentada pela insônia que me devora, quem sabe um copo com água, ou talvez um vinho, porque não um bom e velho comprimido para afogar minhas ânsias, minhas pressas, o relógio não passa, tic tac, tic tac, tic tac...
Às vezes tudo fica turvo, fora de foco, o silêncio me toma e escuto todos os gritos de socorro na casa, às gotículas de água escapando do chuveiro e saltando contra o azulejo, kamikazes felizes, os grilos em sua orquestra desconcertante, o ronco profundo do meu estomago reivindicando um pouco de alimento, outros barulhos que me privo de pensar no que pode ser; A esse sono que não volta e não me domina de tal maneira a qual eu não tenha outra escolha a não ser dizer, “eu me rendo”; a inspiração me vem e me deixa no próximo instante, o segundo que não para, mesmo vendo que a hora teima em não passar, ainda são exatamente três e meia da manha, como há meia hora atrás, sorte de quem se atira num abismo de proposições que de forma egoísta tentam levar de um jeito ou de outro a felicidade, ou a qualquer lugar chamado paraíso, já pensei em acender um cigarro, ir ate a varanda e esperar o sol nascer, porem, odeio cigarros, não tenho varanda e o sol ainda levará algumas horas para nascer e ate lá já teria tragado um maço inteiro...
Nem a televisão me leva mais ao sono, canais fora do ar, programações tapa buraco e com intuito de te fazer dormir de tão monótonas, meus olhos queimam mais não fecham, uma boa idéia seria relaxar, mas como? Estou só dentro de um quadrado escuro, quem sabe uma masturbação pensando naqueles peitos da vizinha que me deparo todas as manhas, parece que falam comigo, me chamam para um beijo delicioso... Droga, essa dor de dente não passa, impossível relaxar assim, impossível lembra da minha vizinha assim, ao menos que além de gostosa ela fosse dentista.
Se tivesse paciência para ler, devoraria ate a lista telefônica hoje, dizem que ler é uma das maneiras mais eficazes para atingir o sono; sono canalha, aí meu dente, minhas pálpebras estão começando a pesar, acho que isso é bom, seria se eu quisesse dormir agora, entretanto ainda há tanta coisa a fazer, na madrugada quieta, o som do blues me embala devolve uma sensação a qual só sentimos quando estamos assim, verdadeiramente nós, a sós, agora são três e meia, hora de tentar mais uma vez dormir, esquecer, sonhar, relaxar...
Um comentário:
Desde de a primeira vez q tu leste pra mim, eu me apaixonei por esse texto. Sabe! Vc faz com q nós leitores sinta o texto, mergulhe e viva o q tá escrito. E saiba de uma coisa o curta vai ser sucesso e muito premiado. Falo isso pois tenho certeza de seu sucesso.
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