segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Ópio

Tudo que eu preciso é um copo de veneno, para acalmar minha alma e aquietar minhas feridas, tudo que eu preciso é de um copo de veneno, amenizar minhas mazelas e agonia do dia-dia, para acabar minha tristeza e de alguma maneira encontrar a paz, mas nessa vida só se a paz quando estamos reclinados sobre o caixão, por isso tudo que preciso é um copo de veneno para descobrir no ápice de minhas ilusões minha verdadeira realidade, tudo que mais quero é um copo bem fundo de veneno, transbordando todos os meus últimos segundo dessa desgraça que se chama vida, tudo que preciso é de um copo de veneno, acalmando-me aos poucos, curando meu peito ferido de tantas marcas, o que mais suplico é uma forte dose de veneno, esquecer o mundo que estou, perder a fé no próximo e gritar para Deus, adeus, tudo que preciso é de um copo de veneno e ver sobre mim as flores que nunca recebi, ver pessoas chorando por mim que nunca vi, tudo que preciso é de um amor, de alguém passado que será sempre futuro, o que mais quero é ao menos uma gota de veneno, de um simples pingar na ponta da língua para sentir meu corpo quente outra vez, o sangue pulsado e jorrando pelas veias, levando-me com o vento com todas as minhas frustrações desse lugar e de outro qualquer, tudo que preciso é de um copo de veneno, tudo que realmente me basta é u copo do meu próprio veneno

sábado, 22 de dezembro de 2007

A falta que faz falta.

Meus dias estão vazios sem a tua presença constante, alegre e inspiradora aqui por perto, sem teu sorriso as cores estão desbotadas e me deixam fraco e sem perspectiva alguma de vida, às vezes tonto, às vezes apenas nervoso na angustia que me domina no vazio que a falta de felicidade me trás, a pressa me devora limitando-me as mesmas palavras, as mesmas historias e a uma única arma, o papel e aponta da caneta molhada em minha fronte, as paredes me prendem, me sufoca, o suor banha a face e lá do fundo da cortina de fumaça ouço o rádio cantando palavras de amor como uma trilha sonora irritante da minha tristeza, cadê você, cadê você, cadê você? Aqui perto de mim. Felicidade é um sentimento muito engraçado, nos toma e nos deixa na próxima esquina sem qualquer bilhetinho de cabeceira escrito apenas um misero adeus...

Esse que recuso a ouvir de te, essa distancia me mostra a cada instante o quanto quere e poder são inimigos, o quanto somos impotentes e fracos, penso em atirar-me ao mar, correr por entre as pedras e jogar-me de qualquer preposição que não seja as das vírgulas, consoantes e palavras de qualquer tempo ou conjugação. Sentir o vento bater-me o rosto e pedi para ele levar todas as mazelas dessa vida com ele, me levar junto também para um lugar onde você esteja lá, perto do horizonte que começa e acaba em tuas curvas, há horas que peço a Deus para parar o tempo, a tempo que peço a Deus para cada hora ter 1440 minutos, assim posso estar mais rápido ao teu lado, às vezes queria ter asas e voar até teus sonhos e habitar por lá mesmo, mas contentar-me-ia apenas com um sorriso teu ou um simples gesto de carinho.

Felicidade é um sentimento muito engraçado, nos toma e nos deixa na próxima esquina sem qualquer bilhetinho de cabeceira escrito apenas um misero adeus...

sábado, 15 de dezembro de 2007

3 e Trinta


todos que me conhecem sabem minha paixão e todo me fascínio pela 7º arte, esse mês estou realizando um sonho, gravei meu primeiro curta que se chama 3 e trinta, conta a historia de um homem e sua loucura devido a solidão e a descrença no outro onde sua rotina o esmaga num repetitivo ciclo de acontecimentos que só a uma saída... 3 e trinta foi uma experiência incrível para mim, poder escrever um roteiro e transforma-lo em um bom trabalho com poucos recursos e muita amizade e parceria contribuíram para esse sonho. Esse é só o primeiro.

3 e trinta:
roteiro: Luiz Siqueira e Julien Costa;
Direçao: Pedro Octavio;
Câmero: Jeferson;
Produção: Video Machine

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Perdão


É caminhando por ainda poucas mais já expressivas marcas do tempo presentes em meu rosto com suas areias brancas e finas, que olho para trás e percebo, uma das palavras mais importantes dessa vida é a palavra perdão. O pedir perdão, algo tão ou mais difícil do que o ato de perdoar (deixar o orgulho de lado e permitir que os sentimentos mais estranhos e verdadeiros aflorem de tal maneira a qual revele nossa verdadeira face), esse texto também é um pedido de perdão a você que lê e absorve um pouco das minhas magoas e tristezas.

Ao passar pela porta naquele dia nublado e aparentemente comum e te ver, linda como os anjos que te cercam e não ter coragem de recuar o pé esquerdo te peço perdão, nosso jardim desabrochava, as borboletas precisavam alçar novos vôos. Voltando ao jardim, cuidei das flores e borboletas que restaram com tamanha dedicação e amor que te perdi por excesso, era a flor mais bela daquele pobre pomar que perdeu o brilho ao vê-la partir, perdão, pois contigo descobri que amar demais nem sempre é bom, na maioria das vezes é preciso fugir e retornar no dia seguinte, contudo, se a palavra perdão fosse um ser – humano, de carne e osso, essa seria você, quantas vezes errei tentando de alguma forma acertar, fugia todas as noites na certeza de te amar cada dia o dobro, porém ao retornar, trazia na bagagem, desconfiança, mentiras, traição e outra vez o pedido de perdão entoava por entre meus dentes, perdão esse que tu derramavas aos montes pelo chão, perdão, pois um dia te amei e precisei de te para ser grande.

Os lábios, o beijo, a pele, a carne, o calor, expressam uma linguagem singular, única, entretanto compreendidas de diversas formas diferentes, ao beijar-te de supetão naquela noite solitária e vazia, meus lábios disseram aos teus que eles se encaixavam perfeitamente de tal maneira criando um elo para a eternidade e só, enquanto entendestes que eu seria tão forte ao ponto de trocar meu mundo pelo seu, perdão, eu sou fraco. As lembranças nos batem a mente como cobradores afiados e sedentos pelo pagamento, é assim que me lembro do som da tua voz ressoando em minha mente, minha pequenina, lembro-me de sua meiga face fitando-me com seus olhos lindos e tristonhos por minha culpa, perdão, meu reino já possuía rainha, mesmo quando minha vontade era que tu fosses à rainha da minha vida. Um reinado de areia, entregue ao tempo, abandonado por seus súditos, a inspiração me falta... na verdade as palavras recusam-se a fixar-se sobre essas linhas enquanto o nó em minha garganta só aumenta, pois chega a hora de falar de minha eterna bailarina, fico sem chão, sem ar, sem vida, sem palavras e escondo-me atrás da pena e do tinteiro para disfarçar as lágrimas bravamente violentando-me para mostrar-se ao mundo, perdão minha bailarina ainda te amo. Insisto ainda em caminhar por esses caminhos e vejo o quanto é longo o caminho, o perdão será pedido por muito tempo, caminhos traiçoeiros e escuros, iluminados pela esperança de um sorriso a cada novo dia, a cada novo perdão... Não era essa a vida que eu queria, mas é a que me cabe.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

mais uma teimosia minha

Saudades


Bom dia a todos amigos. Hoje acordei surpreendido pelo mais triste e cruel dos sentimentos, a saudade. A dor da falta ou da perda nos consome de tal maneira que não encontramos saída, a falta de alguém, a dor de um amor, a falta da mão próxima, a dor de partir, a falta do abraço, a dor de está longe.
Uma mistura de sentimentos que se resolve em um só, saudade, é assim que me sinto agora aqui, num canto escuro, frio e silencioso, isolado do mundo, afogando-me na saudade de algo que ficou para trás a muito tempo. Caros amigos um conselho que deixo por essas linhas é que jamais desista de algo ou de alguém, a sensação de impotência é muito pior do que a do arrependimento, nunca seja orgulhoso demais, o orgulho nos cega e nos feri, não abandone seus amigos, até aqueles que não se acham seus amigos e os tenha ao máximo por perto (mais saiba selecionar bem aqueles que te faz bem), e procure sempre tomar uma boa dose de amor todos os dias ou acabe como eu, preso na saudade.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Iemanjá

Bom dia caros leitores, esse é um trabalho de reutilização da escrita (porque não arte visual), apenas um devaneio de quem está aprendendo a mexer em alguns programas gráficos, mas o resultado é legal, boa leitura e espero que mais uma vez saiam desse blogger com um pouco de mim ou dos outros em você. Bom dia.

Na madrugada

(poesia que se tornou meu primeiro roteiro de cinema)

A madrugada me consume como um trago num cigarro na hora do desespero; já não sei o que é o sono, estou envolto aos meus medos, tudo está inquieto, propositalmente frio, gélido e silencioso, menos no caos vivo dentro de mim lutando bravamente para liberta-se, as cores estão apagadas, apenas o azul do monitor em minha face esbranquiçada e atormentada pela insônia que me devora, quem sabe um copo com água, ou talvez um vinho, porque não um bom e velho comprimido para afogar minhas ânsias, minhas pressas, o relógio não passa, tic tac, tic tac, tic tac...

Às vezes tudo fica turvo, fora de foco, o silêncio me toma e escuto todos os gritos de socorro na casa, às gotículas de água escapando do chuveiro e saltando contra o azulejo, kamikazes felizes, os grilos em sua orquestra desconcertante, o ronco profundo do meu estomago reivindicando um pouco de alimento, outros barulhos que me privo de pensar no que pode ser; A esse sono que não volta e não me domina de tal maneira a qual eu não tenha outra escolha a não ser dizer, “eu me rendo”; a inspiração me vem e me deixa no próximo instante, o segundo que não para, mesmo vendo que a hora teima em não passar, ainda são exatamente três e meia da manha, como há meia hora atrás, sorte de quem se atira num abismo de proposições que de forma egoísta tentam levar de um jeito ou de outro a felicidade, ou a qualquer lugar chamado paraíso, já pensei em acender um cigarro, ir ate a varanda e esperar o sol nascer, porem, odeio cigarros, não tenho varanda e o sol ainda levará algumas horas para nascer e ate lá já teria tragado um maço inteiro...

Nem a televisão me leva mais ao sono, canais fora do ar, programações tapa buraco e com intuito de te fazer dormir de tão monótonas, meus olhos queimam mais não fecham, uma boa idéia seria relaxar, mas como? Estou só dentro de um quadrado escuro, quem sabe uma masturbação pensando naqueles peitos da vizinha que me deparo todas as manhas, parece que falam comigo, me chamam para um beijo delicioso... Droga, essa dor de dente não passa, impossível relaxar assim, impossível lembra da minha vizinha assim, ao menos que além de gostosa ela fosse dentista.

Se tivesse paciência para ler, devoraria ate a lista telefônica hoje, dizem que ler é uma das maneiras mais eficazes para atingir o sono; sono canalha, aí meu dente, minhas pálpebras estão começando a pesar, acho que isso é bom, seria se eu quisesse dormir agora, entretanto ainda há tanta coisa a fazer, na madrugada quieta, o som do blues me embala devolve uma sensação a qual só sentimos quando estamos assim, verdadeiramente nós, a sós, agora são três e meia, hora de tentar mais uma vez dormir, esquecer, sonhar, relaxar...

Sempre existe um pouco de nós dentro de alguém.

As vezes me pergunto o por que de tanas coisas que assistimos ao longo de nossos dias, mesquinhos, rotineiro e tomados pelo tédio da alegria? é preciso sempre criar fugas para desligar-se desse mundo incolor e mergulhar numa dimensão exclusivamente sua e dos outros também, estamos sempre sofrendo influencia do meio em que vivemos e com quem vivemos, em nós sempre temos um pouco do próximo, no amor que dedicamos demais as vezes recebendo a tristeza do outro de volta, as vezes o ódio. Escrever é uma forma de fugir do preto e branco e penetrar em páginas coloridas de sentimentos nossos que criam raízes nos outros que degustam de nossa escritura numa leitura que tem como verdadeiro intuito fazer o outro sentir-se um pouco como nós. Por isso caros leitores dobrei-me ao poder da Internet e criei um blog onde possamos escrever, falar um pouco de poesia, do mundo e de nós para caber no outro que lê, sejam sempre bem vindos.