terça-feira, 30 de setembro de 2008
Como será ser pai?
É nascer de novo para uma nova vida, mais dura e responsável, porem muito mais prazerosa, às vezes me pergunto como será ser responsável por alguém que vai embora, alguém que vai tirar suas noites de sono e quando crescer só vai te deixar dormir quando estiver debaixo da sua asa; alguém que vai fazer você para de pensar em um e pensar em dois, três, quatro e quanto mais Deus permitir; ser pai é acompanhar angustiantemente nove meses de espera para escutar aquele sinal de vida, ver pela primeira vez aquela coisinha que acabara de despertar nesse mundo tão perigoso, é se apaixonar com as primeiras palavras, com o sorriso sem motivo, é babar nos primeiros passos e rir à toa enquanto aquele outro cara quebra toda casa, desenha todas as paredes - quem sabe ele não vai virar um artista – e sai correndo nu sem pudor algum, ser pai é encarar a vida com força e dignidade, é dizer não quando você está louco para gritar aquele sim só para ver aquele certo sorriso, é ver sua imagem refletida com vários aperfeiçoamentos, ser pai é continuar sem entender os caminhos que nós é concebido, mas com um prazer inexplicável de continuar, é tirar da garganta para alimentar a cria, ser pai é amar, está o mais por perto todos os momentos possíveis, mesmo que apenas nos fins de semana, é ser amigo, companheiro, confidente, ser pai é ser referencia de algo na vida – nem que seja de como não ser – é confundir-se no tempo, nas decisões, é misturar os sentimentos e até ser despretensioso e bobo, como esse texto; é sonhar acordado, enxergar seu futuro e perceber lá na frente que você não está sozinho que agora alguém segura sua Mão no meio do caminho, é ser completo... – dispensa comentários – ser pai é cuidar dos seus filhos e os dos vizinhos, é parar de fumar para viver mais, entrar em forma para mostrar o quanto a saúde é importante, dormir mais tarde e acordar bem mais cedo, ser pai é tentar apresentar o mundo, seus becos e saídas da melhor forma possível, é proteger, rezar e pedir para que nada de mal aconteça – com ele e se puder lembrar-se de você também - é ir mais devagar, pisar no freio, ter mais cautela, olhar para os lados e ter medo, voltar a ser criança, ser ridículo e ver aqueles lindos olhos brilharem por você, ser pai é se zangar e não saber o que fazer quando aquele cara aprece na sua porta te chamando de tio e pedindo para namorar a sua filha. É nunca perder o passo nem o rebolado, é ser ousado e continuar jovem - mais com prudência – meu pai dizia que ser pai é ser perpetuar na terra e uma maneira de deixar um legado, o meu já se foi e me deixou a honra e o dever de ser pai. Ser pai é fazer tudo sem esperar nada em troca a não ser – eu te amo - ser pai é saber que a vida de fato vale pena - e que todo mundo tem jeito, bem isso eu ainda não sei -.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Folhas vazias, vidas em branco ou rabiscadas demais! (Julien Costa)
Remexendo minhas gavetas e arquivos de lembranças mofadas, encontrei um caderno velho cheio de Folhas rasgadas, outras tantas rabiscadas, uma última página amassada, mais em branco, aguardando talvez, ser preenchida de anotações importantes, um texto de significado maior... Isso talvez fosse um sinal, ou fosse um presságio de algo que estava por vir. Aquela última folha me convidava a enchê-la de fragmentos soltos de idéias insanas, ou de banalidades necessárias para nos iludirmos ou exercitar a auto-piedade tão freqüente no ser humano!
Os galos parecem ter medo da escuridão, pois todas as madrugadas eles cantam como se isso fosse apressar a chegada do dia, da luz...
O copo está com pó de café no fundo, talvez porque na hora de coar, tenha transbordado e derramado a borra do café na garrafa... O silêncio é importuno, pois aumenta à solidão, a madrugada é fria, meus pés descalços, estão adormecidos por causa da temperatura do chão...
Sinto uma vontade desesperada de preencher a folha vazia, a cabeça fervilha de pensamentos desordenados, parecem até gritar cada um deles, tentando ser prioridade no primeiro parágrafo que nem foi escrito, um turbilhão de emoções transbordando nas entranhas de minha alma...
Transbordamento... Talvez seja essa a palavra certa para definir a CAPACIDADE QUE O VAZIO TEM DE NOS ENCHER COM O SEU MAIS COMPLETO E ABSOLUTO NADA!
Resolvi folhear novamente as páginas escritas, dessa vez, de forma investigativa, para saber o que o proprietário do caderno pensava, o que escrevia, como escrevia e porque escrevia... Mas isso parecia ser invasivo, violador, mas como? Se o dono daqueles escritos era eu mesmo, o caderno me pertencia, mas à medida que eu ia lendo (investigando) ficava confuso, aqueles escritos não poderiam ser meus, então eu dizia a mim mesmo: “eu não penso assim, eu não escrevo assim, eu não sou isso que leio!”
A investigação parecia querer ser comparativa, e isso era impossível de se fazer naquele instante, aquele caderno tinha 12 de anos de poeira e esquecimento, era o meu passado aqui e agora no presente, no folhear de cada página amarelada e amassada uma nova (re) descoberta! Mas algo me chamou atenção, percebi que a briga de me aceitar no passado, é porque no presente eu não parecia ser tão bom, sereno, sonhador quanto àquele que eu lia, mas aquele era eu, como deixei morrer em mim? Será que ainda existe algo dele em mim hoje, aqui e agora? E como seria eu no futuro olhando os meus escritos desse presente, como me comportaria? Será que me reconheceria? Ou teria vergonha, ou culpa de ter perdido a fé nos outros, se desconfio de mim de ontem, como posso ser um ser sociável hoje? Porque quem desconfia de si mesmo, não pode ser confiável!
Folhear meu passado me deixou confuso e saudosista, tomo um último gole do café insuportavelmente frio... Acendo um cigarro, pego a caneta, diminuo a luz do abajur, coloco o espelho diante da escrivaninha, olho silenciosamente para a última folha do meu caderno velho, olho para minha face refletida na penumbra do quarto, provocada pela meia-luz intimista, quase que um confessionário ou um cofre de segredo protegido que guarda todos os defeitos, apago o cigarro no copo de café, pois o cinzeiro já está cheio, respiro fundo e escrevo em um único parágrafo:
“Busco um sentido para o vazio que sinto, entre um parágrafo, uma vírgula e diante de tantas interrogações, fico perplexo pelo tipo de inspiração que me surge, tão melancólica e deprimente que se torna repetitiva. Qual o significado do que não se pode ser medido ou simplesmente dito? Descobri hoje, vasculhando o meu passado, que não podemos esquecer o que fomos , que devemos ter cuidado com o que somos, para não nos preocuparmos de imaginar demasiadamente no futuro, no que nos tornaremos!”
Não preenchi a folha vazia, como pretendia no início, o que deixei nesse parágrafo, talvez fosse exatamente isso que aquele caderno velho quisesse, apenas me alertar que não é o tempo que muda as pessoas, são as pessoas que mudam com o passar do tempo, com as escolhas que elas fazem...
Bem acho que vou dormir, o sol está nascendo, outra coisa que descobri é que assim como os galos que cantam todas as madrugadas, eu também escrevo para fugir da escuridão!
Amanhã lerei os tantos outros cadernos velhos e sábios...
Maceió, 05h15min da manhã de um novo dia de céu nublado e frio de Agosto...
Os galos parecem ter medo da escuridão, pois todas as madrugadas eles cantam como se isso fosse apressar a chegada do dia, da luz...
O copo está com pó de café no fundo, talvez porque na hora de coar, tenha transbordado e derramado a borra do café na garrafa... O silêncio é importuno, pois aumenta à solidão, a madrugada é fria, meus pés descalços, estão adormecidos por causa da temperatura do chão...
Sinto uma vontade desesperada de preencher a folha vazia, a cabeça fervilha de pensamentos desordenados, parecem até gritar cada um deles, tentando ser prioridade no primeiro parágrafo que nem foi escrito, um turbilhão de emoções transbordando nas entranhas de minha alma...
Transbordamento... Talvez seja essa a palavra certa para definir a CAPACIDADE QUE O VAZIO TEM DE NOS ENCHER COM O SEU MAIS COMPLETO E ABSOLUTO NADA!
Resolvi folhear novamente as páginas escritas, dessa vez, de forma investigativa, para saber o que o proprietário do caderno pensava, o que escrevia, como escrevia e porque escrevia... Mas isso parecia ser invasivo, violador, mas como? Se o dono daqueles escritos era eu mesmo, o caderno me pertencia, mas à medida que eu ia lendo (investigando) ficava confuso, aqueles escritos não poderiam ser meus, então eu dizia a mim mesmo: “eu não penso assim, eu não escrevo assim, eu não sou isso que leio!”
A investigação parecia querer ser comparativa, e isso era impossível de se fazer naquele instante, aquele caderno tinha 12 de anos de poeira e esquecimento, era o meu passado aqui e agora no presente, no folhear de cada página amarelada e amassada uma nova (re) descoberta! Mas algo me chamou atenção, percebi que a briga de me aceitar no passado, é porque no presente eu não parecia ser tão bom, sereno, sonhador quanto àquele que eu lia, mas aquele era eu, como deixei morrer em mim? Será que ainda existe algo dele em mim hoje, aqui e agora? E como seria eu no futuro olhando os meus escritos desse presente, como me comportaria? Será que me reconheceria? Ou teria vergonha, ou culpa de ter perdido a fé nos outros, se desconfio de mim de ontem, como posso ser um ser sociável hoje? Porque quem desconfia de si mesmo, não pode ser confiável!
Folhear meu passado me deixou confuso e saudosista, tomo um último gole do café insuportavelmente frio... Acendo um cigarro, pego a caneta, diminuo a luz do abajur, coloco o espelho diante da escrivaninha, olho silenciosamente para a última folha do meu caderno velho, olho para minha face refletida na penumbra do quarto, provocada pela meia-luz intimista, quase que um confessionário ou um cofre de segredo protegido que guarda todos os defeitos, apago o cigarro no copo de café, pois o cinzeiro já está cheio, respiro fundo e escrevo em um único parágrafo:
“Busco um sentido para o vazio que sinto, entre um parágrafo, uma vírgula e diante de tantas interrogações, fico perplexo pelo tipo de inspiração que me surge, tão melancólica e deprimente que se torna repetitiva. Qual o significado do que não se pode ser medido ou simplesmente dito? Descobri hoje, vasculhando o meu passado, que não podemos esquecer o que fomos , que devemos ter cuidado com o que somos, para não nos preocuparmos de imaginar demasiadamente no futuro, no que nos tornaremos!”
Não preenchi a folha vazia, como pretendia no início, o que deixei nesse parágrafo, talvez fosse exatamente isso que aquele caderno velho quisesse, apenas me alertar que não é o tempo que muda as pessoas, são as pessoas que mudam com o passar do tempo, com as escolhas que elas fazem...
Bem acho que vou dormir, o sol está nascendo, outra coisa que descobri é que assim como os galos que cantam todas as madrugadas, eu também escrevo para fugir da escuridão!
Amanhã lerei os tantos outros cadernos velhos e sábios...
Maceió, 05h15min da manhã de um novo dia de céu nublado e frio de Agosto...
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