O relógio anuncia as horas que perco de minha vida a cada instante me fazendo lembrar que a velhice esta um pouco mais perto de minha porta, as madrugadas a fio sozinho ao lado de um copo de vodka com gelo esquentam meu peito Congelando todo o resto, o sono me pesa os olhos e olho para aquelas gotas que deslizam pelo copo e pingam sobre a toalha da mesa indo embora com o tempo e questiono-me, ‘O que fiz de minha vida?’. Como um bom bêbado que sou, reclino minhas pernas cansadas sobre outra cadeira, fito o vazio e permito surgir em minha mente todas aquelas lembranças que me fazem sentir ainda mais derrotado, embalado pela bossa que não toca no carro, o cenário perfeito para florescer as dores do coração.
Esse canalha que não se decide entre essa ou aquela e me machuca com tamanha força que às vezes tento arrancá-lo e atira-lo na sarjeta, por que não ir mais devagar, sem pressa, com bastante medo para não se arriscar tanto; perco-me dentro de mim, do vazio que me preenche, me pego a Deus e peço-lhe forças e coragem para abrir os olhos e colocar-me de pé um dia mais. Complicamos tanto a vida que nos afogamos em nós mesmos, somos nossos piores monstros, sou um pierrô desgraçado que assassinei minhas colombinas (cometi o mesmo erro varias vezes) e deixei todas as bailarinas chorando no meio do salão; fico imaginando como seria minha vida por outros caminhos, mais simples, calmos, como minha vida poderia ser feliz ao lado de alguém que tanto me ama, porém, eu e esse meu dom de estragar sempre tudo bem antes do era uma vez... Hoje eu consigo ser seu, entretanto pergunto-me angustiante mente quando poderei ser meu?
Um comentário:
"arriscar é arriscado, mais quem disse que é errado!"
Aline Renata
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