Nos lábios do vinho, o beijo.
Na boca da taça o gosto da boca amarga.
Na ponta do escuro, os dedos.
Descobrindo caminhos entre bocas e pêlos.
Nos lábios do vinho o desejo;
A vontade de ter, querer, de poder...
No silencio do olhar,
Vendar para desvendar.
No gole do cigarro,
De acender o vinho.
Alimentando as batidas interruptas
De um alado coração machucado,
Dividido, partido entre razões e razões...
No sabor da fumaça o balé do tinto,
A embriaguez moral do amor,
Na volúpia de vontades reprimidas
No fundo dos copos manchados
De vermelho.
Nos lábios do outro o gosto do beijo,
No outro do ninho os efeitos do vinho.
‘Nos verbetes de uma garrafa a vontade de estar longe, de aproximar-se do ser para deixar de não ser, no atraso da paixão, uma canção para embalar a dor e a frustração. Nos lábios do vinho, palavras, disparadas, jogadas contra o nada que te consome, consomem e não te respondem nada (pelo menos não o que você quer ouvir), no último pingo, as lágrmias... ’
Um comentário:
Poxa! vc nos envolve com seus poemas, esse poema tá maravilhoso como sempre o q vc escreve. Bjos!
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